terça-feira, 24 de janeiro de 2012

SEGUNDA PARTE DO ASSUNTO SOBRE CASAMENTO JUDEU





A culinária judaica é uma das mais saborosas e variadas que existem. Originalmente, essa cozinha enfatizava os sete elementos bíblicos citados no Deuteronômio: a cevada, o trigo, a azeitona, o figo, a romã, a tâmara e as ervas. E, alguns milênios atrás, as comidas eram rústicas, elaboradas pelas mãos de camponesas judias, que foram transmitindo as receitas para suas filhas, como uma das formas de manter a identidade.

Quando os romanos expulsaram os judeus da Palestina, no século I d.C., estes últimos se dispersaram por muitos lugares do mundo, e tiveram que se adaptar às diferentes formas de vida da diáspora. Neste sentido, eles adquiriram novos hábitos alimentares e passaram a utilizar os ingredientes que estavam disponíveis. Os seus pratos incorporaram vários temperos, ervas e especiarias nativas, que eram cultivadas em função do solo, da temperatura, do clima e dos hábitos das diversas regiões.

Por outro lado, aqueles novos hábitos alimentares tiveram que se adaptar às leis da kashrut - as leis dietéticas da religião judaica - mais conhecidas como a cozinha kasher, cujas regras derivam da Bíblia (o Velho Testamento) e do Talmud (o conjunto de leis concernentes às comidas e às formas como elas são preparadas). De acordo com Maimônides - médico, cientista, filósofo e teólogo judeu - as regras visam a favorecer a saúde do corpo e o bem social. E, no tocante à escolha e ao preparo dos alimentos, elas estabelecem determinados princípios e procedimentos, no sentido de torná-los puros e adequados ao consumo.

Uma dessas leis, por exemplo, assevera que somente um shochet - um profissional treinado para a shechitá (o abate) - pode matar os animais que serão consumidos, já que foi preparado para essa função. Para tanto, ele utiliza uma lâmina extremamente afiada, e corta de uma só vez a traquéia e a veia jugular do animal, causando-lhe uma morte instantânea e um mínimo de sofrimento possível. Feito isto, retira-lhe a pele e as garras e deixa todo o seu sangue escorrer. A carne é lavada em seguida por trinta minutos, salgada com sal kasher e colocada para drenar, durante uma hora, em um recipiente perfurado. Após esse procedimento, o shochet retira o sal, lava e escorre a carne mais três vezes e, somente a partir daí, ela é aprovada para o consumo.

Embora a Kashrut seja um antigo mandamento da Torá, é reconhecido, hoje, que a dieta kasher, através de suas três categorias - carnes, laticínios e alimentos neutros, que incluem grãos integrais, frutas e legumes - proporciona uma excelente base para a alimentação saudável. Desde os tempos antigos, os judeus são proibidos de combinar, na mesma refeição, carne ou ave com os laticínios. Os ortodoxos ainda seguem o preceito bíblico: Não cozerás o cabrito no leite de sua mãe (Êxodo 23:19 e 34:26 - Deuteronômio 14:21). Tal preceito, que interdita a colocação de mãe e filho na mesma panela, remete ainda às relações incestuosas entre mãe e filho, que também não devem ocupar a mesma cama.

É permitida, no entanto, a junção de carne ou ave com alimentos neutros. Ao misturá-los e combiná-los, os nutricionistas perceberam que eles contêm os complexos carboidratos, bem como os nutrientes naturais adequados, e proporcionam uma dieta balanceada. Neste sentido, como o grupo dos alimentos neutros na cadeia alimentar compreende a mais ampla variedade, pode-se dizer que os seguidores das regras da Kashrut usufruem de uma alimentação saudável.

Os alimentos kasher costumam vir com os símbolos U e K em suas embalagens. Os fabricantes reconhecem que esse certificado é garantia da produção de alimentos bem cuidados, e submetidos a um rígido e criterioso controle de qualidade. Os religiosos não comem em lugares onde não são observadas as leis dietéticas. E, quando viajam de avião, as companhias aéreas têm a obrigação de servir alimentos com o selo kasher, o que significa que foram inspecionados pelos rabinos. Cabe salientar, porém, que grande parte dos judeus não segue as leis da Kashrut.

Dentre outras interdições bíblicas estão as seguintes: não é permitido comer porco, sangue, animais de cascos fendidos (tais como cavalos e camelos), répteis, peixes sem escamas e barbatanas, crustáceos e outros seres vivos de água doce ou salgada e animais de caça. E, se um ovo apresentar alguma mancha de sangue, ele não pode ser consumido. Os alimentos proibidos são denominados tarefah, em hebraico, e treyf, em iídishe. A comida, portanto, funciona como um elo entre o sagrado e o profano.

De um modo geral, os judeus podem ser incluídos em dois grandes grupos: 1. os askenazim (aqueles que são oriundos do Norte da França, da Europa Central e Europa Oriental); e 2. os sefaradim (os provenientes da Península Ibérica, Norte da África e Oriente Médio). Por incrível que pareça, há grandes diferenças nos estilos de cozinha dos dois grupos e, um deles, pouco ou nenhum conhecimento possui acerca da culinária do outro.

O askenaze (ou askenazita) - que vem de regiões muito frias - consome mais peixes salgados e defumados (como o arenque e a carpa), gordura de galinha, batata, repolho, beterraba, cenoura e cebola. Já o sefarad (ou sefaradita) - originário de áreas mais quentes, muitas delas próximas ao Mar Mediterrâneo - possui uma cozinha mais rica, saudável, com uma variedade maior de alimentos, a exemplo de peixes, grãos, frutas frescas e secas, verduras, legumes, amêndoas, avelãs, além de usar mais azeite de oliva do que gordura animal. O sefaradita abusa, ainda, de temperos e condimentos, tais como a canela, o açafrão, o coentro, o gengibre, a noz moscada, o cardamomo, o cominho, a pimenta-da-Jamaica e o alho. Na Índia, os judeus fazem uso de todos esses produtos exóticos. Através da observação dos pratos e ingredientes utilizados na cozinha, por conseguinte, pode-se conhecer a origem de um judeu e/ou de seus descendentes. A seguir, transcrevem-se algumas receitas de comidas judaicas.







TABULE DE KASHE (TRIGO SARRACENO)
Ingredientes
250 gramas de kashe, 1 ovo, 4 tomates (picados sem a pele e as sementes), 1 molho de cebolinha verde (bem picadinha), 1 molho de hortelã (bem picadinha), suco de 1 limão, 2 pepinos (picados), sal e pimenta a gosto

Modo de fazer

Misture a kashe crua com um ovo batido. Refogue no óleo quente e adicione 1 ½ copos (de 250 ml) de água fervente, sal e pimenta. Se for necessário, adicione mais água. Quando a kashe estiver cozida, desligue o fogo e deixe a panela esfriar. Tire a kashe da panela, com a ajuda de um garfo, para ficar bem soltinha, e junte os demais ingredientes. O tabule está pronto para servir.

KIGUEL (TORTA DE MACARRÃO)
Ingredientes

500 gramas de macarrão (do tipo talharim), 5 ovos (ligeiramente batidos), 3 cebolas grandes (picadinhas), 1/3 copo de óleo, 3 colheres de farinha de rosca, sal e pimenta a gosto

Modo de fazer

Cozinhe o macarrão na água e sal, e deixe um pouco mais cozido que o habitual. Escorra bem e coloque em um recipiente. Doure as cebolas no óleo e junte ao macarrão. Acrescente os ovos, o sal e a pimenta, e mexa bem. Coloque em uma assadeira untada com óleo e polvilhada com farinha de rosca, e leve para assar em forno quente. Tire do forno quando dourar. Quando esfriar, corte em quadradinhos e sirva.

KREPLACH (RAVIOLI)
Ingredientes

Massa: ½ quilo de farinha de trigo, 2 ovos, ½ copo de água morna, uma colherzinha de café de sal

Recheio: 300 gramas de carne moída ou de peito de frango desfiado (cozidos ou assados), ou 300 gramas de queijo ralado, 2 ovos, sal e pimenta a gosto.

Modo de fazer

Misture e amasse todos os ingredientes da massa e deixe descansar por 30 minutos, pelo menos. Em uma mesa, forre uma toalha e enfarinhe toda a sua superfície. Abra a massa com o rolo e corte em pequenos quadrados. Coloque o recheio no meio de cada um e feche como um triângulo, apertando bem as extremidades. Em seguida, junte as pontas desse triângulo, deixando com a forma de um capeletti. Cozinhe em água e sal fervente durante 15 minutos. Retire os kreplach com uma escumadeira, coloque sobre eles manteiga derretida, ou molho de carne e de galinha. Está pronto para servir.

KLOPS (BOLO DE CARNE)
Ingredientes

1 quilo de carne magra (moída), 2 ovos (crus), 2 ovos (cozidos duros), 1 ½ pão francês (dormido), 1 cebola (grande e ralada), 4 dentes de alho (espremidos), 2 colheres de sopa de óleo, sal e pimenta a gosto.

Modo de fazer

Molhe o pão na água, esprema bem e misture à carne. Adicione os ovos crus, a cebola, o alho, o sal e a pimenta. Misture bem. Modele um bolo oval e recheie com os 2 ovos duros. Pincele o klops com o restante do óleo e leve para assar em forno quente, em uma forma untada.

TORTA DE BATATA
Ingredientes

1 quilo de batata (ralada grossa), 1 cebola (ralada), 1 cebola ( picadinha e frita em 6 colheres de sopa de óleo), 6 ovos (ligeiramente batidos)

Modo de fazer

Misture bem todos os ingredientes, coloque em uma assadeira untada com margarina e polvilhada com farinha de rosca, e leve para assar em forno quente, até que a torta fique dourada.

REPOLHO RECHEADO AGRIDOCE
Ingredientes

1 repolho médio, 300 gramas de carne moída, 1 xícara de arroz (lavado), 2 tomates (picados, sem a pele e as sementes), ½ xícara de óleo, 100 gramas de uva passa (sem caroço), 1 maçã (picadinha, sem a casca), suco de 1 limão (pequeno), 2 colheres de sopa de açúcar, 1 cebola (picadinha), sal e pimenta a gosto

Molho

2 cebolas (fatiadas bem fino), 4 tomates (em rodelas), ¼ xícara de óleo, suco de 1 limão, 2 colheres de sopa de açúcar, sal e pimenta a gosto

Modo de fazer

Coloque o repolho inteiro em uma panela tampada, contendo água e sal, e deixe ferver durante 5 minutos. Retire o repolho da água e deixe esfriar. Separe cuidadosamente suas folhas, mantendo-as inteiras, e reserve. Misture bem os demais ingredientes, coloque 1 colher de sopa da mistura no centro de cada folha, e enrole-as como charutos, com as pontas para dentro, mas sem apertar muito, porque o arroz aumenta de volume quando cozinha. Depois que enrolar todos os charutos, prepare o molho para o cozimento.

Quando o molho estiver pronto, acrescente 1 copo d’água e adicione os charutos. Deixe em fogo brando, por mais ou menos 1 hora, ou até que o recheio fique bem cozido. Se precisar, acrescente mais água.

SALADA DE BERINJELA
Ingredientes

1 quilo de berinjela, ½ xícara de azeite, 1 maçã verde, ¼ de xícara de vinagre, 2 cebolas (cortadas em forma de pétalas), 100 gramas de uva passa (sem caroço), 2 pimentões vermelhos (cortados em cubos), 1 pimentão verde (cortado em cubos), 1 colher de sopa de orégano, sal e pimenta a gosto.

Modo de fazer

Corte as berinjelas, em cubos, com a casca. Deixe-as na água e sal durante uma hora. Escorra bem. Misture todos os ingredientes com os cubos de berinjela e leve ao forno quente. Abra o forno algumas vezes, para mexer a mistura, e desligue-o quando a berinjela e os pimentões estiverem macios. Deixe esfriar e sirva.

ARROZ MARROQUINO
Ingredientes

1 xícara de lentilha, 1 xícara de arroz, 4 dentes de alho (amassados), 3 cebolas (cortadas em rodelas),1/2 xícara de azeite, 50 gramas de margarina, 1 colher de chá de cominho em pó, canela, sal e pimenta a gosto.

Modo de fazer

Cozinhe as lentilhas na água e sal, até ficarem tenras, mas sem deixá-las desmanchar. Reserve. Cozinhe o arroz na água e sal, até que fique cozido e bem soltinho. Reserve. Doure as cebolas no azeite e adicione as especiarias. Em seguida, acrescente o arroz e a lentilha, misture bem os dois e sirva.

SALADA DE BERINJELA
Ingredientes

1 quilo de berinjela, ½ xícara de azeite, 3 dentes de alho (amassados), vinagre, sal e pimenta preta (recém-moída) a gosto.

Modo de fazer

Lave e seque as berinjelas. Asse-as em uma chapa sobre o fogão. Quando elas estiverem com a casca bem queimada, coloque-as em um recipiente e retire o miolo delas com uma colher. Jogue fora as cascas. Amasse a berinjela com um garfo e tempere com os demais ingredientes, misturando bem, ou bata tudo no liquidificador. Em seguida, coloque na geladeira e sirva como salada ou como um recheio, dentro do pão pita.

BORSHT (SOPA DE BETERRABA)
Ingredientes

6 beterrabas (descascadas e raladas grosso), ½ quilo de carne (músculo, cortado em pedaços), 1 repolho (pequeno e picado), 2 ½ litro de água, 3 colheres de sopa de açúcar, 1/3 xícara de suco de limão, 6 batatas (cortadas em pedaços), sal a gosto.

Modo de fazer

Cozinhe a carne, o repolho e as beterrabas em água e sal, até que a carne esteja bem macia. Acrescente os temperos (sal, limão e açúcar), as batatas, e deixe no fogo até essas últimas cozinhar. A sopa está pronta para ir à mesa.

BOLO DE FRUTAS
Ingredientes

2 xícaras de açúcar mascavo, 1 xícara de óleo, 3 ovos, 2 xícaras de farinha de trigo, 1 colher de sobremesa de fermento em pó, 1 colher de chá de canela, 1 colher de sobremesa de bicarbonato de sódio, 2 maçãs (picadas), 30 gramas de passas (sem caroço), 50 gramas de damasco (picados), 6 figos em calda (escorridos e picados), 10 tâmaras secas (picadas), 10 nozes (picadas).

Modo de fazer

Bata o açúcar, o óleo e os ovos no liquidificador. Despeje em um recipiente fundo e acrescente a canela, o bicarbonato de sódio, a farinha e o fermento em pó, e mexa levemente. Adicione e misture as frutas picadas e as nozes. Coloque a massa em uma forma untada com margarina e polvilhada com farinha de rosca, e leve ao forno médio para assar. Faça o teste do palito, antes de desligar o forno.

TORTA DE RICOTA
Ingredientes

500 gramas de ricota, 4 ovos, 1 lata de leite condensado, 2 latas (da mesma medida) de leite, 2 colheres de sopa de amido de milho, 2 colheres de sopa de açúcar, casca ralada de um limão.

Modo de fazer

Bata no liquidificador todos os ingredientes, exceto as claras. Bata as claras em neve e incorpore levemente à mistura. Unte uma forma com margarina, polvilhe com farinha de rosca, e asse em forno médio por cerca de 40 minutos.

TORTA DE RICOTA
Ingredientes

Massa: 1 ½ copo de farinha de trigo, 1 copo de açúcar, 2 colheres de sopa de fermento em pó, 2 colheres de sopa de manteiga, 2 gemas.

Recheio: ½ quilo de ricota, 250 gramas de creme de leite, 1 colher de sopa de manteiga, 3 gemas, 1 xícara de açúcar, 1 colher de sopa de farinha de trigo, 100 gramas de passas (sem caroço), raspas de 1 limão, gotas de baunilha, 3 claras (batidas em neve).

Modo de fazer

Misture os ingredientes da massa até formar uma massa lisa e forre uma forma (de fundo desmontável) com ela. Reserve. Bata a ricota e o creme de leite no liquidificador; em seguida, adicione a manteiga, as gemas, o açúcar e a farinha de trigo e bata bem. Despeje a mistura em um recipiente e adicione as passas, as raspas de limão e, por fim, incorpore as claras em neve. Asse a torta em forno quente. Cuidado para não dourá-la demais.

HONIK LEIKECH (BOLO DE MEL)
Ingredientes

4 ovos, 2 copos de açúcar, 1 copo de mel, ¾ copo de óleo, 1 copo de chá (forte e frio), raspas de 1 limão, 1 colher de sopa de chocolate em pó, 1 colher de chá de café solúvel, 3 copos de farinha de trigo, 1 colher de sopa de fermento em pó, raspas de noz moscada, 1 xícara de nozes (picadas).

Modo de fazer

Bata bem as gemas com o açúcar, o mel e o óleo. Misture os demais ingredientes, com exceção das claras, e adicione à massa. Bata as claras em neve, incorpore à massa e acrescente as nozes. Unte uma assadeira, polvilhe com farinha de trigo, despeje a massa e leve para assar em forno quente. Depois de assado e frio, corte o bolo de mel em quadradinhos.

Para a religião judaica, o sábado é sagrado e, neste dia, as pessoas devem descansar e são proibidas de trabalhar e de acender o fogo. No Shabat, a família consome os alimentos que foram preparados na véspera. É a mãe de família que cuida do vinho, do pão (o chalá) e da faca para cortá-lo, é ela que acende as velas, passa as mãos sobre as chamas e diz a oração: Bendito sejas Tu, Eterno nosso Deus, Rei do universo, que nos santificaste com Teus mandamentos e nos ordenaste acender as velas do Shabat... Tudo se passa como se, no Shabat, as luzes das velas acesas iluminassem os caminhos da fé e da esperança do povo judeu.

A mãe hebréia é tão dedicada, ao alimentar sua prole, que dizem que ela dá o amor materno. Em outras palavras, para ela, alimentar os seus rebentos representa um ato de transmitir amor. Por essa razão, quando uma mãe, em alguma parte do mundo, insiste para que seus filhos comam mais um pouco, é logo chamada de iídishe mamme (uma mãe judia).

Todos os anos, no mês de novembro, ocorre o Festival de Cultura Judaica na cidade do Recife. A festa é aberta ao público e tem lugar no próprio bairro do Recife. Próximo à Sinagoga Kahal Zur Israel, no Recife Antigo, é armado um palanque, onde adolescentes apresentam danças folclóricas. Há também exposição de artesanato ao longo da rua do Bom Jesus. E, nas barracas montadas na Praça do Arsenal, são vendidos os quitutes da cozinha judaica para milhares de pessoas.

Referências

ALGRANTI, Márcia. Cozinha judaica: 5.000 anos de histórias e gastronomia. Rio de Janeiro; São Paulo: Editora Record, 2002.

COHEN, Elizabeth Wolf. New Jewish cooking. Londres: Quantum Publishing, 2003.

IGEL, Lúcia; FICHIMAN, Regina. Cozinhando com a idishe mame. São Paulo: W-Edith Produções Gráficas, 2007.

QUEVICI, Neide Elias. Cultura judaica e nordestina trocam receitas. Recife: Editora Nelson Caldas Filho, 1996.

SABORES para sempre. São Paulo: Editora e Livraria Sefer; Congregação Monte Sinai, 2001.

TAAM – Três generaciones de sabor. San Jose, Costa Rica: Grupo WIZO Jai Sara Rose, 2005.

Semira Adler Vainsencher

Fonte: www.fundaj.gov.br



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A festa de casamento

Emuna Braverman

A alegria e encanto de um casamento judaico

“Existe melhor forma de comemorar do que experimentar alguns vestidos de noiva?" Utilizando a revista “Brides”, tenho muitas opções. Os casamentos são ocasiões maravilhosas e alegres. Mas, freqüentemente a sua essência se perde entre a penugem.

O enfoque exagerado nas flores e o enfoque errado ao escolher o noivo. Enfoque demais na fantasia ou locais incomuns e a falta de atenção nas aulas de preparação para o casamento.

A mesma revista faz uma lista do tipo "os piores cenários para o dia do casamento" como quando o fotógrafo não aparece. Agora não quero parecer antipática. Mas é frustrante quando o fotógrafo não vem. Os álbuns de casamento são muito bonitos. É bom ver as fotos e voltar ao tempo, recordando velhas histórias do seu dia de casamento conforme vai virando as páginas (isso se seus filhos ainda não colaram todas as folhas! ) Mas “os piores cenários para o dia do casamento?”

Olhe para o lado positivo. Às vezes é bom somente saborear o momento sem tentar capturá-lo para a posteridade. Sem mencionar o fato de você não deixar seus convidados chateados e frustrados enquanto esperam que aquele processo interminável acabe.

Quando um de nossos amigos queridos, um premiado produtor de Hollywood se casou, todos esperamos que faria uma produção de fotos e vídeo elaborada. Mas, este homem sabia que, num sentido mais profundo, o momento ficaria bem melhor, e poderia ser registrado para a eternidade com a ausência completa de qualquer vídeo ou máquinas fotográficas. Só com todos convidados focalizados na noiva, no noivo e na cerimônia.

Quando estávamos casando, meu marido foi a uma pequena loja em Jerusalém para comprar um chapéu novo e um artigo especial de vestuário branco que os homens judeus usam no dia do casamento (é usado em Yom Kipur também, pois nas duas ocasiões todos os nossos pecados são perdoados e temos a oportunidade de apagar nossos erros). Quando estava pagando por suas compras perguntou ao proprietário, "Há algo mais que eu precise?"

"De fato, sim”, o homem respondeu. Meu marido tirou sua carteira de novo. "Generosidade, bom caráter, temor a D’us..."

O dia deve ser bonito por causa das idéias, metas e paixões compartilhadas que os dois levam para a mesa e não por causa do cristal novo e do grande diamante. (Não que eu tenha qualquer coisa contra diamantes grandes!)

O dia deve ser encantado por causa da alegria compartilhada, não só da noiva e do noivo, mas de todos os seus amigos e família. Este é o ponto em que tradição judaica se supera.

Em um casamento não tradicional, depois da cerimônia os recém-casados desaparecem no meio da pista de dança, tentando escutar os brindes. Há uma pressão tremenda para ter o vestido certo, e mais ainda, de estar pronto no dia apropriado.

Um casamento judaico é diferente. A única meta é fazer o noivo e a noiva felizes. Não importando a comida, os companheiros de dança, suas vidas. Este é o momento especial da noiva e do noivo. E nós devemos criá-lo. Os casamentos judaicos não são um esporte de espectador.

Eles são uma grande festa!! Com as mulheres num círculo e os homens em outro, os convidados rodam a noiva e o noivo ao redor, dançando com eles e os rodeando com círculos de alegria. Até que num certo momento o casal se senta e seus amigos se apresentam para eles: vestindo fantasias, fazendo barulho, enchendo balões, saltando de corda e exibindo suas habilidades de dançarinos. É quase sempre uma frustração quando a música para e é servido o jantar.

É uma grande festa a noite inteira. A tradição judaica nos ensina que fazer a noiva e o noivo felizes é uma mitzvá tão grande que não é estranho ver rabinos veneráveis do Talmud andando com as mãos para alegrar os corações do novo casal. E hoje em dia, os rabinos continuam com a tradição, deixando seus chapéus em chamas (com álcool -- não é perigoso), fazendo malabarismos, dançando como loucos, fazendo piruetas.

Freqüentemente a festa é aberta a estranhos como também para amigos, ou seja, os convidados da lista. Quando há nevasca em Jerusalém, o que deixa as estradas impossíveis de andar, as estações de rádio anunciam a hora e o local de todos os casamentos daquela noite, convencendo a todos que moram a pouca distância de onde o casamento está ocorrendo, para virem e trazerem alegria ao noivo e à noiva.

Alguns meses atrás, uma mulher em Jerusalém fez um anúncio na Internet, pedindo ajuda para fazer um casamento a um casal que tinha pouco dinheiro. A resposta foi esmagadora, pois muitas pessoas se ofereceram para ajudar de todos as maneiras possíveis. O casamento foi um evento totalmente voluntário, desde as flores até o fotografo e a banda e muito mais.

E quando você pensa que não tem mais energia, ainda tem uma semana de refeições festivas para ajudar o novo casal a se integrar na comunidade. (e manter a noiva fora da cozinha, um costume muito popular!)

Quando nos casamos em Israel, foi fácil não se distrair com futilidades porque elas simplesmente não existiam! O fornecedor dos produtos para a festa disse: "eu tenho toalhas de mesa azul e Borgonha. Só estas, escolha!” " E se eu tiver flores eu as trago."

Eu não sei se trouxe ou não. Não lembro de que cor eram as toalhas de mesa que escolhemos, nem o menu. Mas me lembro de nossa chupá sob o crepúsculo de Jerusalém. Lembro de estar segurando um mastro repleto de flores enquanto minhas amigas dançavam ao meu redor. Lembro-me de meu marido segurando no alto uma bandeja do garçom durante uma dança. (E eu lhe dizendo para descer!) Nossas fotos não são grande coisa (algumas nem estão tão reconhecíveis) mas a alegria da comunidade misturada com nossa felicidade foi um presente precioso e duradouro.

Para mais informações sobre casamentos judaicos, veja: “Guide to the Jewish Wedding” (“Guia para o Casamento Judaico”).






garconfranca2010@hotmail.com









O BANQUETE NUPCIAL JUDAICO




A almosana, costume comum entre os judeus de Salonica, começava no sábado anterior à semana das núpcias e contava basicamente com a presença de mulheres. Na ocasião serviam-se doces e bebidas. O banquete nupcial se realizava depois do anoitecer, em companhia dos familiares e amigos mais próximos. Às vezes, também, uma pequena recepção era oferecida em que eram servidas guloseimas bem açucaradas e tarales roscas grandes feita à base de farinha, óleo e açúcar. Depois de terem aberto a recepção e recebido a bênção do pai, os recém-casados se retiravam. Ainda nos tempos atuais é costume a mãe da noiva colocar pequenos doces e bombons sob os travesseiros do casal, para que os noivos adocem a boca e a vida que iniciam.

Depois da cerimônia de casamento, começava a semana das festas nupciais. O marido agradecia os convidados, oferecendo roscas e tarales preparados por sua mãe. Em algumas comunidades, encerrava-se a semana de comemorações com o Dia do Peixe. Começava com a ida do jovem esposo, bem cedo, ao mercado para comprar os peixes. Estes eram colocados em uma bandeja no chão e a noiva deveria passar três vezes sobre a bandeja, enquanto os presentes faziam votos para ela ser tão fértil quanto os peixes.

A esposa tinha o dever de não romper os laços afetivos com a sua própria família. Por isso, seguindo um ritual antigo, sua mãe lhe colocava um bombom ou um torrão de açúcar na boca antes que atravessasse o umbral da casa paterna, em direção à nova vida.






Os alimentos

As leis da cashrut determinam o que é permitido e o que é proibido comer (taref). A preparação dos alimentos também segue leis rígidas, especialmente quanto à proibição de se misturar produtos de carne e de leite, ressaltando o fato de que não se deve consumir o sangue dos animais.

Dentre os legumes, as lentilhas tiveram um papel decisivo na história do povo judeu, pois Esaú vendeu seu direito de primogenitura para o irmão Jacó por um prato de lentilhas. O óleo também sempre esteve presente na história judaica. Segundo a Bíblia, o rei Salomão enviava óleo a Hirão I, rei de Tiro, em troca de materiais e de artesãos para a construção do Templo. O óleo de oliva também é mencionado em vários trechos da Bíblia.

As frutas sempre tiveram destaque em várias comemorações. A tâmara, a maçã, a romã, entre outros, são elementos importantes na mesa de Rosh Hashaná. A romã, devido a suas inúmeras sementes, é o símbolo da fertilidade e da abundância. A uva merece menção especial, pois dela se extrai o vinho, presente em todas as rezas. Consumiam-se uvas frescas, secas ou em forma de bebida. As uvas secas ou passas servem como ingrediente para bolos e doces desde o segundo milênio.

A tradição judaica atribui a Noé a primeira experiência com os efeitos do vinho.

As passagens da Torá nas quais Canaã é chamada de terra "onde corre leite e mel" indicam de forma inequívoca que o leite era um alimento muito apreciado. Quanto ao mel, fazia parte dos produtos que a região de Tiro importava de Judá e Israel.

NOIVADO E CASAMENTO JUDEU

Noivado






Na lei judaica, um noivado (shidukhin) é um contrato entre um homem e uma mulher onde eles mutuamente se comprometem a se casar em algum momento futuro e as condições em ele deverá ser realizado.[3] A promessa pode ser feita pelas partes pretendentes ou por seus respectivos pais ou outros parentes em seu nome.[4] A promessa é formalizada em um documento conhecido como o Shtar Tena'im, o "Documento das Condições", que é lido antes do badekin. Após esta leitura, as mães da futura noiva e do noivo quebrar um prato. Hoje, alguns assinam o contrato no dia do casamento, alguns fazem-no como uma cerimônia anterior e outros não o fazem por completo.

Em comunidades Haredi, muitos casamentos são arranjados por um profissional casamenteiro ("shadchan") que recebe uma "taxa de corretagem" para seu serviços. Os pais podem estar ativamente envolvidos no processo de encontro do casal, mas o jovem casal não é obrigado a se casar. O shiduch é, portanto, um sistema de apresentações organizadas, em vez de casamentos arranjados.


CASAMENTO






No judaísmo, o casamento é visto como um vínculo contratual ordenado por Deus, no qual um homem e uma mulher se unem para criar uma relação na qual Deus está diretamente envolvido.[1] Embora a procriação não seja o único propósito, um casamento judaico também é esperado para cumprir o mandamento de ter-se filhos.[2] O foco principal centra-se em torno do relacionamento entre o marido e a esposa. No nível espiritual, o casamento é entendido como o significado de que o marido e a esposa estão se fundindo para formar uma única alma. É por isso que um homem é considerado "incompleto" se ele não for casado, como sua alma é apenas uma parte de um todo maior que continua a ser unificada.

É realizado dentro dos conceitos estabelecidos da Torá do Talmud e da Halachá. O casamento judeu diferente de um casamento cristão ou de outras religiões, pois tem todo um significado em cada etapa desde o dia do casamento até o ``Kidushin´´ a Consagração do casamento.

Segundo as Tradiçoes Rabinicas, D'us perdoa completamente qualquer pecado que os noivos tenham cometido em suas vidas, para que possam começar suas vidas de casados em um estado totalmente puro.

Relações sexuais regulares são esperadas entre o marido e a mulher. Esta obrigação é conhecida como "onah". Na tradição Judaica, relações sexuais são obrigação do homem para com sua mulher.



O DIA DO CASAMENTO JUDEU




O dia do casamento judaico para os noivos é como um Yom Kipur pessoal. É passado em jejum, oração, atos de bondade (tsedacá) e reflexão espiritual.

A tradição nos diz que neste dia D'us perdoa completamente ambos pelas transgressões cometidas em suas vidas, para que possam começar suas vidas de casados em um estado totalmente puro.


MICVÊ.O BANHO RITUAL DO CORPO E DA ALMA



Antes da núpcias, a noiva deve imergir nas águas do micvê para uma purificação espiritual (este ato deve ser repetido todos os meses). Recomenda-se que nesta data o noivo também se purifique no micvê com este mesmo propósito.

A união conjugal do casal é uma expressão física da unidade espiritual dos dois. Afirmando esta unidade dentro do quadro de uma orientação Divina das leis de Taharat Hamishpachá - a pureza familiar - a imersão no micvê eleva um ato físico em um ato imbuído com a santidade Divina. Isto atrai as bênçãos Divinas de paz e harmonia e tudo de bom no meio do lar e da família.

Por ser um assunto extremamente complexo, que requer um esclarecimento mais amplo e profundo, as leis de pureza familiar são minuciosamente estudadas pelo noivo e pela noiva com orientadores competentes.





O JEJUM DO DIA DO CASAMENTO




Uma antiga tradição aconselha noiva e noivo a jejuarem no dia de seu casamento, desde o nascer do sol até depois da cerimônia em baixo da chupá, pálio nupcial, comendo a sua primeira refeição juntos no fim da cerimônia nupcial. (em certos dias festivos como em Shabat, Rosh Chôdesh, Chanucá, etc., não é permitido jejuar).

Além do jejum, os noivos lêem salmos e oram pelo perdão de D'us (como em Yom Kipur).



O VESTIDO DA NOIVA



A tradição nos conta que D'us, Ele próprio, enfeitou Chava (Eva), a primeira mulher, para o seu casamento com Adam (Adão). Por esta razão, a noiva se prepara e se enfeita para o seu casamento.

Costuma-se usar vestido de cor clara, que indica pureza, já que todos os pecados dos noivos são perdoados no dia de seu casamento.




O TALIT


No Monte Sinai, no "Grande Casamento" entre D'us e o povo de Israel, os judeus tiveram a visão de D'us envolto em um talit, xale de orações. Por este motivo, é um antigo costume judaico que a noiva dê ao noivo um talit novo como presente antes do casamento (e o noivo presenteia a noiva com um par de castiçais).




A RECEPÇÃO DO NOIVO







Em certas comunidades, o noivo, recita um Maamar (discurso chassídico de Torá) sobre o significado espiritual do casamento. Com isto ele demonstra que, mesmo no momento mais feliz de sua vida, não esquece de D'us e da Torá. Ele quer que seu casamento esteja baseado nos fundamentos da Torá.

Em alguns círculos, as pessoas costumam interromper o noivo com canções no meio de seu discurso. Sendo o casamento uma réplica da outorga da Torá, já que D'us pronunciou os Dez Mandamentos, o noivo profere um discurso: mas assim como as Tábuas da Lei foram quebradas, também o discurso do noivo é interrompido.









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